quinta-feira, 5 de agosto de 2010

UAI/BH: Novo disco mostra blues de Cyndi Lauper

A norte-americana Cyndi Lauper A norte-americana Cyndi Lauper chega aos 57 anos de idade e 27 de carreira com um projeto especial. Em Memphis blues, ela deixa de lado a carreira de estrela pop para recriar o clima dos clássicos discos da gravadora de música negra Stax e colocar seu sotaque de Nova York nos trilhos tradicionais do blue sulista.

Tão mutante quanto Madonna, a loura, que já vendeu mais de 30 milhões de discos e teve cinco singles de seu disco de estreia, She's so unusual, na parada da revista Billboard, segue uma trajetória de guinadas e surpresas. Recém-saída de um disco dance, Bring ya to the brink, de 2008, ela chegou a reler standards de jazz no álbum At last, de 2003, fez um álbum de canções natalinas em 2004 e entrou na onda acústica em 2005 com The body acoustic.

A fêmea fatal que conquistou o público gay com True colors e chamou as garotas para a diversão em Girls just want to have fun mexe, agora, em vespeiro masculino. A maioria das 11 faixas de Memphis blues foi composta por homens. E ela dá a versão feminina, convidando ícones do gênero para dividir a responsabilidade.

Dos velhos músicos de estúdio da Stax, Skip Pitts (guitarra) e Lester Snell (teclados), ao jovem guitar hero Jonny Lang, a lista de colaborações é consistente. O mestre da guitarra B.B. King suinga em Early in the morning; o pianista de New Orleans, Allen Touissant, dialoga com King na mesma faixa e dá o clima de bar enfumaçado em Shattered dreams e Mother Earth; o gaitista Charlie Musselwhite acrescenta peso e molejo a Just your fool e Down don’t bother me e até o brasileiro Leo Gandelman surge na relação de convidados com seu sax jazzy na faixa de encerramento, I don’t want to cry. A única presença feminina é a especialista Ann Peebles, que ajuda nos vocais de Rollin’ and tumbin’, de Muddy Waters.

Com uma base feita por alguns dos melhores músicos de estúdio do blues, Cyndi Lauper está à vontade no disco. E mostra maturidade para driblar suas limitações vocais e construir um conjunto consistente que, se não é uma obra-prima, é um legítimo disco de blues.
Fonte: UAI/BH: http://bit.ly/aJBumN

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